Esse artigo é para quem suspeita viver um amor doentio.
É claro que o amor enche a vida de motivos para buscar a alegria e os momentos de prazer.
O início de um romance, então, nem se fala.
Nessa fase, tudo é perfeito e apenas as qualidades estão evidentes. Vivemos suspirando pelos cantos, pensando que finalmente o parceiro ideal foi encontrado. Quanta paixão!
No entanto, logo após a alegria do início de um relacionamento, é preciso ter sabedoria para construir as fases seguintes.
Por isso, o próximo passo é fundamental para definir uma base sólida no relacionamento, assim como para preparar o surgimento do verdadeiro amor.
Entretanto, esse caminho tem muitas curvas. Por isso, é preciso estar atento aos apelos de um amor doentio. A linha é tênue.
Além disso, a insegurança excessiva promove fantasias distorcidas da realidade.
Logo, um amor doentio cava um abismo entre o casal, causando um verdadeiro inferno que destrói qualquer relacionamento.
...Amor doentio precisa de ajuste
Hoje, muitas pessoas vivenciam um amor doentio. É uma pena que o amor, que poderia e deveria ser livre e doado, se torna dependente e obsessivo.
Assim, o ser amado deixa de ter vida própria e passa a viver a vida do outro. Porém, é claro que isso não pode ser positivo na vida de ninguém.
No entanto, uma boa terapia pode renovar esse sentimento com ajustes necessários para a harmonia do ser.
Amor doentio é o tema dessa entrevista reveladora com a Psicóloga Luciana Martins. Confira:
Aurélia Guilherme – Como reconhecer que o amor está se tornando doentio?
Luciana Martins – Amores doentios acontecem, quando um dos parceiros passa viver a vida do outro. Dessa forma, há uma relação de dependência e obsessão.
O que acontece é que a pessoa passa a vigiar a vida do outro, deixando os amigos e a família de lado.
Nesses casos, há um medo intenso do namoro acabar e, com isso, iniciam-se os sintomas de controle e ansiedade excessiva.
Podemos dizer que esse é um comportamento parecido com um vício. Ou seja, sua energia passa a ser drenada e a alegria desaparece.
Aurélia Guilherme – Qual deveria ser a conduta do parceiro(a) que está recebendo toda essa carga emocional?
Luciana Martins – Todo relacionamento saudável tem como bom condutor, o diálogo.
Por isso, ter uma conversa funcional, com objetivo certo e sem acusações, é um excelente ponto de partida.
Assim, ao entender os seus sentimentos, isso deve ser revelado e expressado de forma clara. Dessa maneira, ambos desempenham um papel ativo nessa relação.
Vale lembrar que a vida amorosa resiste ao teste e ao tempo.
Logo, caso um dos parceiros tenha dificuldade de compreender o outro e de se expressar livremente, se faz necessário buscar ajuda de um profissional.
Aurélia Guilherme – O que as pessoas são capazes de fazer por um medo incontrolável da relação se acabar?
Luciana Martins – Em alguns casos, algumas pessoas perdem sua rede de contatos e não conseguem ser produtivas no trabalho.
Em outros casos, esse medo se torna um gatilho, que pode desencadear em transtornos psicológicos.
Além disso, em casos ainda mais severos, o amor doentio pode provocar reações agressivas e até mesmo criminais.
Aurélia Guilherme – Os relacionamentos conflituosos devem ser evitados?
Luciana Martins – Não existe relacionamento perfeito.
Por isso, saiba que conflitos vão sempre existir, quando houver um casal. Entretanto, é importante estar atento aos sinais que o(a) parceiro(a) apresenta.
Logo, faça uma escolha por uma ótica racional, avalie os critérios para então, fazer o investimento saudável da sua emoção.
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Aurélia Guilherme – Quando o amor vira doença, ele pode estar associado a algum transtorno psíquico?
Luciana Martins – Sim, isso pode acontecer.
É importante saber que um amor doentio pode estar ligado à quadros de angústia, depressão, ansiedade e pânico.
No entanto, além desses transtornos, estudos recentes mostram que certas áreas do cérebro são ativadas, quando surge o interesse por alguma pessoa.
Da mesma forma, é possível observar na obsessão, uma sensação química que gera dependência.
Por exemplo, quando se fica longe da pessoa “amada”, sintomas físicos semelhantes nas síndromes de abstinência das dependências químicas, são percebidos.
Muitas vezes, a ajuda profissional é fundamental para evitar transtornos e até mesmo tragédias, consequentes de um amor passional e doentio.
Aurélia Guilherme – A terapia pode curar um amor doentio?
Luciana Martins – A terapia pode auxiliar a pessoa no processo de entendimento do que está acontecendo. Assim, ela se torna mais funcional nesse aspecto da vida.
Por isso, novamente, é necessário que a pessoa reveja os seus critérios para que sejam feitas escolhas saudáveis.
Além disso, a terapia auxilia o paciente a focar sua energia em outras atividades que lhe proporcionem prazer.
Outro benefício do processo terapêutico é o resgate da autoestima e a amplitude da consciência de que ninguém irá preencher o vazio existencial.
Dessa maneira, o outro deve sempre acrescentar algo a mais na vida do casal.
Aurélia Guilherme – Qual a hora certa de procurar ajuda terapêutica e não deixar que os conflitos se acentuem?
Luciana Martins – Infelizmente, essa é a tendência do ser humano: procurar ajuda apenas quando o problema se instala.
No entanto, quando os primeiros sinais aparecem, já é hora de buscar ajuda. Ou seja, seria bom buscar a psicoterapia individual e depois, a terapia de casal.
É importante pensar no cuidado consigo e com o outro. Ou seja, palavras e atitudes doentias ferem e podem por a perder um amor que poderia ser bem diferente. Por isso, boa parte dos casais vivencia relacionamentos difíceis.
Situações que devem ser analisadas em um relacionamento por cada um dos parceiros:
- Insatisfação constante de um dos parceiros;
- Cobranças rotineiras e excessivas;
- Expectativas altas à respeito do outro.
Aurélia Guilherme – Qual o problema neste tipo de vínculo? Há necessidade de intervenção profissional?
Luciana Martins – Muita expectativa e frustração desgasta o relacionamento, quando o outro não as supre.
Além disso, outro problema de um amor doentio é quando um dos parceiros sofre de oscilações de amor, ou seja, ora ama, ora odeia. E assim, joga com isso, deixando o outro bastante vulnerável emocionalmente.
Sendo assim, faz-se necessário a intervenção de um psicólogo.
Entenda que a pessoa precisa buscar ajuda. Assim, ela adquire novo significado na forma como percebe o outro e a si mesma.
Aurélia Guilherme – Quais as suas impressões sobre esse tipo e como lidar com essa situação?
Luciana Martins – Jogos foram feitos para crianças, bem como relacionamento são feitos para adultos.
Por isso, em primeiro lugar, o sentimento deve ser respeitado para ter um relacionamento saudável,.
Logo, é preciso ter maturidade para cuidar e cultivar um amor saudável e vontade para sempre trabalhar o autoconhecimento.
Procure ajuda
Caso você tenha se identificado com esse artigo e percebido traços de um amor doentio, não espere a situação se agravar para buscar ajuda.
Você é rara e sua vida é muito valiosa!