Aperitivo Treino IS – Vídeo de expulsão de um acessório de pompoar do meu canal vaginal.

Blog

cancer-de-mama-mulher-e-o-abandono-mao-no-seio

Câncer de mama e o abandono dos homens

Câncer de mama e o abandono dos homens é uma triste realidade que se repete na vida de muitas mulheres.

Por isso, é preciso entender o problema e buscar melhores soluções para seguir em frente. Vamos juntas!

Infelizmente, após uma mulher passar por um câncer de mama, na maioria das vezes, é necessário realizar a mastectomia, uma cirurgia que consiste na retirada parcial ou completa da mama.

No entanto, além de todo o impacto físico que a doença proporciona, o câncer de mama pode ser terrivelmente traumático para a vida de uma mulher.

Isso acontece pelo fato de que os seios representam um símbolo feminino muito forte, que representam desde a própria sensualidade até o meio de nutrição de vida, durante o período de amamentação.

Agora imagine para uma mulher sofrer uma violência como essa.

Ou seja, depois de passar pela doença, que já é algo extremamente doloroso, ela ainda deve lidar com o seu feminino machucado, no sentido emocional e psicológico.

Além disso, os dados não mentem.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, 70% das mulheres com câncer de mama são abandonadas pelos parceiros logo após o diagnóstico e 30% encaram a depressão como consequência do afastamento.

Michelle lidou com o câncer de mama e o abandono

Para ilustrar a situação do câncer de mama e o abandono, vou compartilhar a história de Michelle. Lembrando que esse é um nome fictício que preserva a privacidade da paciente, mas que fala por todas aquelas que passaram por algo parecido.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a vida conjugal de Michelle nunca foi ruim, mas também estava longe de ser maravilhosa.

Ou seja, para um casamento de 23 anos, com tantos altos e baixos, mágoas pesadas e rotina sem graça, o relacionamento com seu marido era até aceitável.

No entanto, bastou ela testar sua parceria, para que ele fosse vergonhosamente reprovado.

O relato de Michelle pode ser acompanhado pelos itens a seguir:

  • Ao depilar as axilas, ela toca em um nódulo na base de uma das mamas.
  • O marido se mostra preocupado.
  • Diagnóstico confirmado: Câncer de Mama.
  • Michelle se sente devastada.
  • Ela sofre uma mastectomia radical.
  • Michelle sente-se duplamente devastada, busca afeto e colo.
  • O marido se mostra frio.
  • Michelle se sente triplamente devastada pela sua mutilação física e emocional.
  • O marido vai embora.
  • Michelle desespera, pensa que não vai suportar e se deixa cair no fundo do poço.

Assim, diante da história de Michelle, que representa tantas outras mulheres, fomos em busca de compreender melhor a relação do câncer de mama e o abandono dos homens.

Câncer de mama e o abandono: o que faz tantos homens agirem de forma tão cruel?

A psicóloga Jacqueline Amaral (CRP09/1106) tem uma longa experiência com o câncer de mama e o abandono dos homens.

Seu trabalho consiste no realinhamento emocional de pacientes e familiares que vivenciam um câncer.

Por isso, fomos ao seu encontro para conversar sobre todas as Michelles do mundo, vítimas do câncer e vítimas da indiferença masculina.

Aurélia Guilherme – O caso de Michelle é mesmo uma realidade?

Jacqueline Amaral – Sim, infelizmente, podem ocorrer separações conjugais junto ao diagnóstico do câncer.

No entanto, na minha experiência em atendimentos clínicos, percebo que a separação não é motivada apenas pelo diagnóstico.

Ou seja, a doença pode ser o gatilho para que se concretize a separação conjugal, que já vinha sendo desenhada na relação.

É importante esclarecer que a pessoa não é outra ao receber o diagnóstico e essa é uma ideia que precisa ser desmistificada.

Logo, a pessoa continua sendo a mesma, mas agora, com uma crise para administrar, como outras crises que ocorrem durante a nossa vida.

mulher-segurando-sutia

Por isso, nesse momento, muitas pessoas tomam a consciência da finitude humana, talvez uma das maiores crises, para pessoas que imaginavam viver eternamente.

O Instituto Avon e Data Popular em 2012, pesquisou sobre o assunto e constatou que 38% dos homens entrevistados admitiram que o diagnóstico do câncer pode encerrar um relacionamento.

Inclusive, uma das causas, é a falta de vaidade que percebem nas mulheres.

Além disso, nos Estados Unidos, as universidades de Stanford e Utah e o Centro de Pesquisa Seatle Cancer Care Alliance, pesquisaram sobre o assunto e indicaram que a mulher tem 6 vezes mais chances de ser abandonada pelo marido, após a descoberta de uma doença grave.

Aurélia Guilherme – Como a maioria dessas mulheres reage ao abandono de pessoas amadas?

Jacqueline Amaral – Como dito anteriormente, as pessoas têm personalidades que são suas digitais emocionais. Portanto, cada pessoa terá sua particularidade para cada situação.

Podemos pensar em várias situações. Por exemplo, uma delas é a separação, que não estava sendo esperada e chega junto com o impacto do diagnóstico.

Nesse caso, é a separação conjugal com o adicional do tratamento oncológico. Sendo assim, temos duas situações que quebram o mundo presumido da pessoa.

Mundo presumido é a projeção do mundo que construímos, nossos projetos, nossos sonhos. Enfim, é o mundo que conhecemos.

A partir daí, surge um luto da perda da pessoa amada e o luto antecipatório com o diagnóstico do câncer.

Dessa forma, surgem os questionamentos, com relação à eficácia do tratamento, assim como reações físicas, alterações da autoestima, mudanças emocionais, sociais, espirituais e o próprio impacto financeiro.

Logo, percebe-se que o diagnóstico oncológico poderá causar diversas reações psicoemocionais, que afetam outras áreas da complexidade humana.

Além disso, aliada a todas essas alterações, a separação conjugal adiciona, nesse momento, uma dificuldade maior de adaptação.

Ou seja, a pessoa terá que reajustar-se à sua nova condição: o tratamento e a mudança da sua rotina familiar.

Logo, durante o tratamento oncológico, ela terá mais fatores estressantes com a diminuição da qualidade de vida.

Em contrapartida, existem pessoas, que enfrentam o diagnóstico oncológico com maior resiliência.

Essas pessoas, geralmente, apresentam na sua história de vida, formas de enfrentamento mais adaptativos frente às vicissitudes da vida e conferem um sentido à situação, o que realmente as motiva a continuar o tratamento.

Aurélia Guilherme – Esse tipo de atitude masculina interfere no tratamento da paciente?

Jacqueline Amaral – De uma forma geral, sim. Durante um processo de separação conjugal, é comum um desgaste emocional para resolução dos problemas.

E nem sempre tudo é harmonioso.

O ser humano é um ser integral, o que afeta uma parte, afeta o todo. Os sistemas, nervoso, endócrino, límbico e endócrino estão intimamente ligados.

Dessa forma, quando um sistema sofre desequilíbrio, os outros também sofrem.

Além disso, a falta de apoio do companheiro poderá gerar desequilíbrio emocional e alterar os resultados do tratamento.

Por isso, o apoio do cônjuge e da família é muito importante para o tratamento.

Aurélia Guilherme – Como evitar que o desespero assuma proporções incontroláveis?

Jacqueline AmaralO tratamento psicológico busca minimizar o sofrimento do paciente e da família neste novo contexto.

Assim, cuidados especiais estão incluídos para que o estado emocional não seja barreira para o sucesso do tratamento.

Felizmente, a psicoterapia auxilia na reorganização dos pensamentos, sentimentos e emoções.

Além disso, o processo terapêutico auxilia no reconhecimento das suas potencialidades para a tomada de atitudes para a vida que se tem pela frente. A partir disso, a pessoa vive um processo de autoconhecimento e reavaliação do momento presente.

No caso do tratamento oncológico, adoto uma conduta breve e focal, com objetivos delimitados, pois a pessoa tem o tratamento oncológico para seguir. Dessa forma, as questões subjacentes serão tratadas posteriormente, caso o paciente tenha interesse.

Profissionais especializados, como psico-oncologistas, têm maior habilidade para esses casos, por terem o conhecimento do processo da doença e suas consequências.

Dessa forma, não serão tratadas as queixas que possam desestruturar o indivíduo para que prossiga seu tratamento. Logo, a habilidade nesses casos tem grande importância.

Aurélia Guilherme – Grupos de apoio também podem ajudar?

Jacqueline Amaral – Os grupos de apoio são muito importantes para as trocas de experiências entre pessoas que estão no tratamento oncológico e até mesmo para as pessoas que já finalizaram o tratamento.

mulheres-dando-as-maos-outubro-rosa

Através do grupo, a socialização e o compartilhamento de experiências auxiliam no fortalecimento da paciente.

Assim, ela prossegue o tratamento e fica evidente que outras pessoas passam pela mesma situação.

Além disso, as práticas integrativas e complementares na saúde (PICS) têm sido grandes aliadas aos tratamentos oncológicos.

São 29 práticas listadas no site do Ministério da Saúde, que não substituem o tratamento médico, como o próprio nome diz, mas são complementares.

Durante o tratamento, também é importante estar com os cuidados de uma equipe interprofissional, composta por médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, dentista, fisioterapeuta, assistente social, capelão, musicoterapeuta, dentre outros.

A partir disso, a equipe irá acionar o profissional que poderá intervir em cada momento específico.

É preciso lembrar que somos seres integrais – físico, emocional, social e espiritual. P0or isso, todas essas dimensões devem ser consideradas durante o tratamento.

Aurélia Guilherme – Como tratar as cicatrizes para quem vivencia essa situação?

Jacqueline Amaral – Devido a pandemia do COVID-19, grande parte dos atendimentos estão sendo realizados na modalidade online.

São feitos atendimentos individuais, assim como entre casal, em família e também em grupo. O intuito é oferecer cuidados integrais com uma equipe multidisciplinar especializada.

Além disso, são mantidos os atendimentos presenciais aos pacientes que optam por essa modalidade de atendimento e para os pacientes que estão no tratamento de quimioterapia e radioterapia.

Nesses casos, os pacientes podem ser acompanhados a cada sessão, oferecendo suporte emocional durante o tratamento.

Vale reforçar que o tratamento psicológico reorganiza os pensamentos, emoções, sentimentos e sensações, permitindo à pessoa buscar melhores formas de enfrentamento e soluções para as situações difíceis.

Além disso, a Psico-Oncologista atua na prevenção, diagnóstico, preparos cirúrgico, orientação para os tratamentos oncológicos, reabilitação e processos terminais.

As técnicas utilizadas são: apoio e orientação psicológica, psicoterapia breve e focal, visualização criativa, relaxamento físico e mental, hipnose ericksoniana, dentre outras.

Neste sentido, o foco da Psico-oncologia é o bem estar, já que qualidade de vida independe do momento que o paciente está vivenciando.

Aurélia Guilherme – É possível reconhecer e diferenciar o homem parceiro daquele que não suporta as adversidades da parceira?

Jacqueline Amaral – O autoconhecimento é um caminho que não tem fim, pois somos seres que vamos mudando através das relações com a gente mesmo, com o outro e com o mundo.

Por isso, a prática do diálogo, o respeito mútuo e o autoconhecimento auxiliam a pessoa se conectar com o que é importante na sua vida.

Dessa maneira, reconhecer o sentido da vida e se conectar com seus propósitos são pontos valiosos para perceber o que realmente importa.

Da mesma forma, o respeito, o diálogo e o amor são importantes para conviver com as diferenças pessoais, quando as adversidades são maiores que esses itens mencionados.

Por isso, vale refletir sobre a relação.

Passe a mensgaem adiante!

Esse é um tema muito delicado e que merece o máximo de atenção e cuidado.

Por isso, aproveite para compartilhar essa matéria com outras mulheres e ajudar nesse processo tão doloroso, como o câncer de mama e o abandono dos homens.

Veja também

Assista também a entrevista com a psico-oncologista Jaqueline Amaral, em uma reflexão sobre as perdas da vida.

 

 

Compartilhe com quem você quer bem

15 respostas

  1. I may need your help. I’ve been doing research on gate io recently, and I’ve tried a lot of different things. Later, I read your article, and I think your way of writing has given me some innovative ideas, thank you very much.

  2. The main outcome was breast cancer mortality risk according to number of days per week of aspirin use 0, 1, 2 to 5, or 6 to 7 days first assessed at least 12 months after diagnosis and updated priligy for pe

  3. Thank you for your sharing. I am worried that I lack creative ideas. It is your article that makes me full of hope. Thank you. But, I have a question, can you help me?

  4. I don’t think the title of your article matches the content lol. Just kidding, mainly because I had some doubts after reading the article.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Matérias Relacionadas

Sobre Mim
Aurélia Guilherme

Aurélia Guilherme

Uma jornalista que atua nas entrelinhas

Fale conosco :)
Precisa de ajuda?
Olá, estou interessada no universo da fêmea poderosa