Dizer que no incômodo está a cura é o mesmo que dizer que nos momentos de maior dificuldade, você pode encontrar a sua luz mais brilhante.
Hoje em dia, as redes sociais se transformaram em um ambiente de confidências. É também um canto de escuta, de acolhimento, de encontro para os que se encontram solitários.
No universo das redes sociais, os sentimentos bons e ruins são expostos o tempo todo e, a cada dia mais, as pessoas demonstram uma necessidade profunda de se relacionarem.
No mundo digital, tudo parece ficar mais fácil. No entanto, os relacionamentos virtuais são rasos, incompletos e distantes demais.
Todos se mantêm abertos para a busca, porém fechados para encontros reais.
Há algum tempo, me deparei com um artigo muito interessante da psicóloga Mariella Valverde, que diz que no incômodo está a cura.
Entrei em contato com Mariella, que concedeu a transformadora entrevista para o Movimento Íntimo Feminino. Confira:
No incômodo está a cura: o que isso quer dizer?
Aurélia Guilherme – Em seu blog, você diz que “No incômodo está a cura.” O que você quer dizer com isso?
Mariella Valverde – Nosso corpo é uma máquina maravilhosamente complexa e sábia, que busca, dentro de suas limitações, a manutenção do equilíbrio.
Com o nosso aparato emocional não é diferente.
Nosso cérebro nos dá dicas de tudo aquilo que precisamos olhar com mais carinho para dentro de nós. A forma como ele nos sinaliza, quando algo não vai bem, é através do incômodo.
Assim como em um estado febril, o corpo nos mostra que existe algo que não está tão bem.
Excluindo as situações de abusos e de humilhações, quando nos relacionamos com maior consistência e profundidade com os outros, temos mais possibilidades de aprender sobre nós mesmos.
As pessoas do nosso convívio acabam funcionando como espelho, que reflete partes de nós ou de nossas vidas que não queremos entrar em contato ou voltar a sentir.
A psicologia explica que costumamos projetar em outra pessoa, aquilo que incomoda em nós.
Assim, podemos concluir que, por trás daquilo que mais nos incomoda, existe uma força intensa de busca de crescimento pessoal e de saúde emocional.
É importante analisar o problema de forma mais ampla. Ir além da causa externa do incômodo, olhar para dentro de si e descobrir o que aquele desconforto quer sinalizar.
Muito provavelmente há uma necessidade de mudança.
O aparato emocional é tão complexo quanto o biológico que esse caminho de descobertas precisa ser feito com um profissional de psicologia, responsável por auxiliar na decodificação de seus incômodos em cura.
O que incomoda tanto? Seu casamento? Seu corpo? Sua ansiedade? Sua vida financeira?
A pessoa não deve se esquivar de seus incômodos e, sim, buscar ajuda. Por trás disso, está sua cura.
Aurélia Guilherme – Algumas pessoas insistem em se manter em relacionamentos que as machucam, mas sofrem com isso. Como se abrir para alternativas que nos tirem de um abismo sentimental?
Mariella Valverde – É muito recorrente, na prática clínica, histórias de pessoas que vivem presas em relacionamentos insatisfatórios ou humilhantes.
Quase sempre, elas se mantêm em relacionamentos doentios ou anuladores, sem que sequer ter consciência ou percepção disso.
Por isso, o processo terapêutico é fundamental para um processo de construção de uma nova realidade.
Os caminhos a trilhar fazem parte de uma escolha íntima, porém o profissional pode ajudar na reconstrução da autoestima, lado a lado com o paciente, a partir ruptura e do abandono de si próprio ao se manter em um relacionamento doentio.
Quando se faz terapia, fica mais fácil perceber que nós fazemos nossas próprias escolhas e que não somos vítimas do destino, mesmo quando não nos damos conta disso.
Geralmente, uma pessoa que se permite ser machucada e humilhada, já está com baixa autoestima, mesmo antes desse ato externo.
Aurélia Guilherme – Como curar as feridas da alma?
Mariella Valverde – Nosso cérebro graciosamente nos cura todos os dias.
Quando dormimos, revivemos no sono todas as nossas vivências diárias traumáticas e as nossas feridas emocionais, atribuindo novos significados à elas.
Porém, existem traumas mais profundos de serem tratados naturalmente, sendo necessário o apoio profissional, para caminhar com orientação nesse processo.
Quanto mais dolorida a ferida emocional e quanto menos ela for tratada, mais difícil será conviver com ela.
Imaginemos que alguém corte profundamente a mão. Antes de tratar o corte, será difícil qualquer movimento nas mãos e até mesmo com o braço pois, tudo ali está fragilizado e sensível demais.
No entanto, quando o corte é tratado, fica ali uma cicatriz. Ou seja, a pessoa não esquece do corte, mas agora ela é livre para comer, escrever, fazer o que precisar com a mão.
Curar traumas não é esquecê-lo ou buscar não mais sofrer, mas sim, saber como enfrentar os problemas com liberdade, perseverança e buscar ser feliz.
Aurélia Guilherme – Viver é um grande mistério e isso incomoda algumas pessoas com dificuldades para situações de risco. Como driblar o medo de arriscar?
Mariella Valverde – Obviamente, não é recomendado manter-se em situações de possíveis riscos concretos, como por exemplo, andar sozinho à noite em uma rua deserta.
Porém, existem situações em que podemos fantasiar como perigosas, mesmo que não sejam.
É preciso, nesses casos, confrontar algumas crenças fantasiosas, que possam ter sido criadas, com o intuito inconsciente de limitar potenciais de crescimento.
Não há um local ou situação em que estejamos totalmente protegidos de qualquer risco, e se houver, há sempre uma postura de esquiva excessiva de situações de risco.
Um simples ato de sair da cama pode ser visto como perigoso.
Crenças de incapacidade, de inferioridade ou de fraqueza podem reforçar a visão de que o mundo é perigoso e grande demais para ser enfrentado.
É importante investigar, quando e como foram construídas tais crenças e quais os conceitos criados com relação à forma de enfrentamento de situações de perigos e de problemas.
Nós somos a consequência do que pensamos. Modificar pensamentos verdadeiramente, transforma realidades.
Não controlamos as situações, porém, o fato de não arriscar, não significa isenção de qualquer problema.
Contudo, faz-se necessária a percepção de que, cada um de nós tem dentro de si, o componente necessário para o enfrentamento de problemas, sem que haja a necessidade de fugirmos deles.
Aurélia Guilherme – Qual a sua opinião sobre a incoerência de sentimentos, em que a carência de consistência de relacionamentos se confunde com a superficialidade demonstrada nas redes sociais?
Mariella Valverde – Justamente por haver a diminuição de relacionamentos profundos e sólidos uns com os outros e consigo mesmo, cria-se a ilusão de que há um preenchimento do “Eu”, através dos relacionamentos nas redes sociais.
Não há problema algum em ter redes sociais e usá-las de forma saudável, inclusive, pode trazer vários benefícios.
Existe, porém, uma onda frequente de certos grupos que buscam formas de reconhecimento de admiração, por exemplo, através do número de seguidores ou de curtidas que recebem em uma foto.
Muitas vezes, o vício ao celular justifica-se pelo medo de sentir-se desamparado por não poder acessar a internet e, consequentemente, conversar com as pessoas no Whatsapp, por exemplo.
Pensando pelo aspecto cultural, vivemos no auge do capitalismo em que, os objetos são rapidamente descartáveis.
Por exemplo, adquire-se um celular novo para daqui a alguns meses, troca-lo por não ter serventia alguma e já o considerarmos obsoleto.
De outra perspectiva, podemos observar a força da mídia. Novelas, filmes e propagandas deixam um rastro inconscientemente da crença que distorce o que realmente é importante.
Trabalha-se com o imaginário, como por exemplo, a publicidade voltada aos padrões de beleza irreais e a felicidade, geralmente vinculada ao consumo.
Essas e outras variáveis interferem na subjetividade da sociedade de forma geral, criando-se cada vez mais pessoas menos dispostas ao autoconhecimento e ao reconhecimento de suas angústias.
Além disso, essas pessoas se tornam menos tolerantes aos erros dos outros e agem de, certa forma, como se relacionamentos fossem descartáveis, tais como celulares.
Toda essa busca por uma realidade virtual paralela, que pode ser construída através das redes sociais pode acabar escondendo angústias, baixa autoestima, medos e inseguranças, que acabam sendo mascarados com tais atitudes.
As redes sociais podem ser usadas como anestésicos da alma ou como instrumento de saúde, depende da forma como está o equilíbrio das pessoas.
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