Violência doméstica: você sabe identificá-la?
Eu me assusto quando leio artigos que revelam casos e reflexões sobre a violência doméstica.
Infelizmente, isso é mais comum do que imaginamos e acontece com as pessoas que deveriam nos oferecer amor e proteção.
Passamos a vida tentando construir relacionamentos saudáveis e alegres. Entretanto, a qualidade de uma relação pode ser muito mais difícil do que imaginamos.
Ou seja, a violência doméstica não está relacionada apenas à agressões físicas, mas também à agressões morais, psicológicas e emocionais.
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Violência doméstica: como lidar?
Todos nós já ouvimos dizer que a mulher vítima da violência doméstica se mantém nessa situação porque quer.
Entretanto, mas o problema maior de quem julga é a falta de conhecimento sobre uma realidade comum para muitas delas.
Assim, é muito importante deixar claro que a maioria das das mulheres que sofrem violência doméstica, sequer sabem o que fazer.
No entanto, muitas vezes estão conscientes e sabem o que deve ser feito. Porém, muitas delas sofrem ameaças e são dominadas pelo medo de agir para acabar com essa situação.
Além disso, quando há dependência financeira ou carência afetiva, o quadro emocional se agrava ainda mais.
O que representa violência doméstica?
Violência doméstica é toda agressividade física ou psicológica, seguida ou não, de humilhação verbal.
Além disso, alguns psicólogos dizem que toda violência tem um fundo sexual consciente e inconsciente. Acredito que sim e, por isso, é tão importante investigar os casos de violência doméstica a fundo.
Sendo assim, é preciso estar alerta aos sinais do parceiro e não permitir qualquer tipo de controle ou manipulação.
Para isso, é importante ter atitude diante de situações que exijam uma postura firme e, acima de tudo, saber reconhecer o parceiro que tem.
Infelizmente, ninguém tem a garantia de estar livre da violência doméstica.
Mas a boa notícia é que podemos cair fora desse relacionamento ao primeiro sinal de truculência.
Sinais de violência doméstica
A seguir, se informe sobre alguns sinais importantes que podem identificar um possível parceiro violento. Por isso, ao observar determinados tipos de comportamento, acenda luzes de alerta.
- No início do relacionamento, ele fala de assuntos, como morar junto e casamento, tentando apressar demais a parceira.
- Ele resolve os problemas com violência.
- É verbalmente abusivo.
- Usa ameaças e intimidação, como instrumentos de controle , o que inclui ameaça física, assim como envergonhá-la, restringir sua liberdade, contar seus segredos, parar de apoiá-la, abandoná-la e até ameaçar cometer suicídio.
- Ele quebra ou estraga coisas, quando está com raiva e usa violência simbólica, como rasgar fotos do casamento.
- Foi agressivo em relacionamentos anteriores.
- Ele bebe ou usa outras drogas, que provocam efeitos como, perda de memória, hostilidade, crueldade etc.
- Ele cita bebida e drogas, como justificativa para sua conduta violenta e usa frases como “aquilo era a bebida falando, não eu” ou “fiquei tão bêbado que enlouqueci”.
- O passado dele inclui encontros com a polícia por ofensas comportamentais, como vandalismo.
- Já houve mais de um incidente de comportamento violento.
- Ele usa dinheiro para controlar as atividades, compras e comportamento da parceira.
- Tem ciúme de qualquer pessoa ou coisa que ocupe o tempo que ela poderia estar dedicando ao relacionamento.
- Mantém a mulher em “rédeas curtas” e a obriga a explicar sobre como gasta seu tempo.
Outros sinais importantes
Saiba que os sinais não param por aí. Por isso, confira outros sinais que podem ser mais sutis, mas que também indicam violência doméstica:
- Se recusa a aceitar a rejeição.
- Espera que o romance dure para sempre e usa frases como “juntos por toda a vida não importa o que aconteça”.
- Ele projeta emoções extremas em terceiros (amor, ódio, ciúme, comprometimento), o que acontece mesmo quando não há evidência alguma que levaria a pessoa a percebê-las.
- Ele minimiza incidentes de abuso e violência.
- Gasta uma quantidade de tempo anormal falando de sua mulher e tira muito de sua identidade como marido ou namorado.
- Caso o relacionamento tenha acabado, tenta recrutar os amigos e a família da mulher para convencê-la a voltar.
- Ele vigia ou persegue a mulher em todos os lugares.
- Acredita que as pessoas em volta dela não gostam dele e a encorajam a largá-lo.
- Ele é resistente a mudanças e é inflexível, sem vontade de se ajustar a novas situações.
- Ele se identifica com pessoas violentas em filmes, além de encontrar justificativas para a violência dos outros.
- Sofre mudanças de humor ou é carrancudo, bravo ou deprimido.
- Constantemente culpa os outros por problemas que ele criou e não assume as consequências de seus atos.
- Ele se refere a armas como instrumentos de poder, controle ou vingança.
- Armas são parte de sua personalidade; ele tem uma, ou brinca, conversa e lê sobre armas ou as coleciona.
- Ele usa o fato de ser homem como uma justificativa para sua conduta.
- Ele toma todas as grandes decisões do casal.
- Sofreu ou testemunhou violência, quando criança.
- A mulher teme que ele vá machucá-la ou matá-la. Ela conversa sobre isso com outras pessoas ou fez planos a serem executados no caso de sua morte, como por exemplo, designar alguém para cuidar das crianças.
Encontrou algum sinal familiar?
A princípio, esses sinais podem nortear as mulheres que já sabem que sofrem violência doméstica.
No entanto, é possível também identificar alguma dessas ações pela primeira vez ou sentir familiaridade nesse tipo de situação.
Dessa maneira, caso este seja o seu caso, fique atenta, procure ajuda e não caia em armadilhas.
Busque apoio
A primeira ação a se tomar é: ligar o sinal de alerta e começar a ver tudo sob uma nova perspectiva.
Além disso, não caia na velha história do arrependimento após a agressão, física, verbal ou psicológica.
De antemão, lembre-se que depois da violência, muitos homens juram amor gentil e eterno, além de criarem cenas cinematográficas com o intuito de iludir.
Porém, não se engane.
Geralmente, ao praticar a violência, o agressor já está instalado em um ciclo repetitivo de agressão. Portanto, seja esperta, previna-se desse trauma e não desista.
Denuncie!
Antes de mais nada, respire fundo e se acalme. Lembre-se que é por aqui que se deve ir.
Além disso, depois de se acalmar e buscar suporte emocional e psicológico, é hora de agir, mas com todo o cuidado possível.
Por isso, denuncie a violência doméstica e quem a praticou.
É importante você saber que, mesmo se faltar coragem e dinheiro, existem políticas voltadas para as mulheres e que orientam e encaminham as vítimas para um ambiente mais seguro.
Lembre-se que a Lei Maria da Penha está ao seu favor e é capaz de oferecer justiça para os agressores.
Além disso, Ligue 180, Central de Atendimento a Mulher e se informe, inclusive sobre a possibilidade de ajuda psicológica.
Acima de tudo, se proteja ao máximo e acredite sempre: é possível dar a volta por cima e recomeçar a sua vida.
7 respostas
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